Como devo arrumar os alimentos?
Nem sempre pensamos muito na forma como devemos arrumar o nosso frigorífico ou a nossa despensa, mas se existe vários locais, várias prateleiras, várias gavetas... é porque existe um porquê, certo?
A forma como arrumamos os alimentos tem uma influência direta na sua conservação, mas essa conservação não depende apenas da forma como os arrumanos nas prateleiras do nosso frigorífico, nem da nossa despensa... a adequada conservação dos alimentos deve ter início logo no momento da compra.
Ao colocarmos as compras nos sacos devemos lembrar-nos que os sólidos e/ou os de maior peso devem ficar no fundo e os mais frágeis à superfície. Para os produtos refrigerados e congelados, é sempre preferível transportá-los em sacos térmicos de modo a manter a temperatura até chegar a casa...sei que muitas vezes o que acontece é: "Ups, esqueci-me do saco térmico em casa!!" e comprar outro nem sempre apetece $$. Aí a melhor opção é separar esses produtos, dos produtos quentes ou à temperatura ambiente, imaginem, juntar num saco comum: ervilhas congeladas, delícias do mar, postas de bacalhau congeladas, etc...
Em casa, não nos devemos esquecer que os alimentos que necessitam de conservação no congelador ou no frigorífico, devem ser os primeiros a ser armazenados. (Outra coisa importante é não ir às compras primeiro e depois ir a outros milhares de sítios, principalmente no verão, pois não queremos que as nossos alimentos sejam expostos ao calor, pois terão uma maior chance de se estragarem.)
Os restantes géneros alimentícios, que não necessitam de conservação no frio, devem ser armazenados na despensa, este deve ser um local fresco, seco e sem exposição solar. É importante ter uma despensa organizada e preferencialmente ter os alimentos agrupados por famílias.
Organizar o Frigorífico:
Para a organização dos alimentos no frigorífico devemos ter em consideração que a temperatura no seu interior não é homogénea. Ou seja, existe uma zona mais fria e uma zona menos fria, por isso não devemos encher demasiado o frigorífico, pois o excesso de alimentos impede a circulação do ar frio e assim não permite uma adequada conservação dos alimentos.
A zona mais fria fica na parte superior do frigorífico, correspondendo à primeira prateleira. Nesta prateleira devem ficar os iogurtes, os queijos, as natas, as compotas e os alimentos já cozinhados (estes alimentos devem ser conservados em recipientes adequados e fechados, e não devem ser colocados ainda quentes no frigorífico).
Na segunda e na terceira prateleira temos uma zona de frio intermédia, nesta zona deve ficar a carne (que se conserva no frigorífico até 3 dias, com exceção da carne picada que deve ser confecionada até 24h) e o pescado (em que o período adequado de conservação do peixe fresco no frigorífico é de 24h), os produtos de charcutaria, conservas abertas e os produtos de pastelaria.
Na quarta prateleira (ou última, dependendo do número de prateleiras de cada modelo de frigorífico) devem ser colocados os produtos em fase de descongelação (estes alimentos devem estar acondicionados em recipientes que evitem o derrame de líquidos resultantes do processo de descongelação).
Nas gavetas inferiores, devemos colocar os hortícolas, a fruta e leguminosas frescas. As gavetas são a zona do frigórifico menos fria, para que a baixa temperatura não danifique a fruta ou os legumes, uma vez que são produtos mais sensíveis e normalmente sem embalagem de proteção.
Finalmente, na porta do frigorífico deve ficar a água, o leite, bebidas, a manteiga, a margarina, os condimentos/especiarias, etc... Temos de ter em atenção, uma vez que esta zona, é uma zona que está sempre a perder temperatura quando se abre o frigorífico.
Organizar o Congelador:
Ao contrário do frigorífico, no congelador é indiferente o local onde se colocam os alimentos, pois a temperatura deve ser uniforme. No entanto, antes de “congelar” os alimentos devemos seguir os seguintes procedimentos:
- Os hortícolas – devem ser lavados, retiradas as partes não comestíveis e podem ser cortados. Ao fazermos este procedimento estamos a destruir as enzimas e a reduzir os microrganismos que caso não fossem retirados iriam aumentar a probabilidade do alimento se degradar mais rapidamente. Nos hortículas, podemos ainda escaldá-los, para manter a cor própria do alimento, aconselha-se a escaldá-los durante 2 minutos e de seguida passá-los por água fria, retirar a humidade e acondicionar corretamente nas porções necessárias.
- A Carne – quando possível devemos retirar pele, gordura visível e ossos. - O Peixe – deve estar escamado, com as vísceras retiradas, limpo e lavado. Os alimentos devem ser congelados em porções, ou seja, na quantidade que vamos utilizar para uma refeição. Devem também ser acondicionados em embalagens identificadas e datadas, de modo a evitar alterações como a “queimadura de frio”, que seca a superfície do alimento formando uma crosta esbranquiçada e que vai diminuir a sua qualidade.
Os alimentos após terem sido descongelados nunca devem voltar a ser congelados, e a descongelação deve ser um procedimento lento para que o alimento não perca qualidade nem esteja mais exposto a contaminação microbacteriana, por isso o ideal, por exemplo, é retirar uma carne congelada do congelador no dia anterior ao planeamento da sua confeção e colocá-la a descongelar na prateleira do frigorifico apropriada ao procedimento.
Dependendo das características dos alimentos, o seu tempo de vida em congelação será diferente como podemos ver a baixo.
Referências:
Gregório, M. J., Santos, C. T., Ferreira, S., & Graça, P. (2012). Alimentação Inteligente - coma melhor, poupe mais.