Tapioca, sim ou não?
De há uns tempos para cá, a tapioca tem sido muito falada e está cada vez mais presente na dieta dos Portugueses seja ao pequeno- almoço, como prato principal ou até como sobremesa, no entanto a tapioca também tem levantando muitas dúvidas quanto aos seus benefícios para a saúde.
A tapioca não é mais do que um subproduto da mandioca, ou seja, não surge assim na natureza, trata-se do amido deste tubérculo. A mandioca é processada de modo a formar a tapioca para isso é descascada, triturada, hidratada e seca para apenas restar a goma.
Normalmente encontramos o amido da mandioca comercialmente com o nome de polvilho doce ou azedo que depois deve ser hidratado para se obter a tapioca. Esta “farinha” ao ser espalhada e aquecida numa frigideira aglutina e dá origem a uma espécie de crepe muito fácil de fazer.
Sabe-se que a receita foi criada pelos índios tupi através da raiz da mandioca que crescia em todos os tipos de terreno, e era a base da alimentação do Brasil quando Pedro Álvares Cabral lá chegou em 1500.
Quais são os contra?
O facto de ter na sua composição apenas Hidratos de Carbono faz com que a tapioca não se torne tão saudável ou tão adequada para todas as pessoas. É uma má opção para diabéticos, por ter um elevado índice glicémico, o que faz com que o pâncreas liberte uma grande quantidade de insulina para regular a glicémia sanguínea.
Quando excessivamente ingerida e sem ser bem conjugada com proteína, fibra ou gordura, pode provocar obesidade, resistência à insulina e, consequentemente, diabetes.
É um produto refinado, não tem fibra nem proteína, por isso é pouco saciante, acabando por ser um alimento semelhante ao pão branco, além disso é um produto caro.
Quais os prós?
Trata-se de um alimento sem glúten, o que é vantajoso para pessoas com doença celíaca. É prática e versátil, pois pode ser consumida com recheios doces ou salgados, e é uma fonte de energia rápida.
Pode ser uma boa opção como pré-treino ou como pós- treino, com boas combinações como recheio. Como pré-treino é uma boa fonte de energia rápida, juntando banana e manteiga de amendoim, e como pós-treino, por ter um elevado índice glicémico auxilia na absorção de proteínas, juntando peito de peru ou frango grelhado, queijo fresco ou fiambre.
Assim o maior problema da tapioca é a não combinação de um bom recheio, este deve ser composto por uma boa fonte de proteína, gordura e fibra, para que a digestão seja mais prolongada e a libertação de insulina seja gradual.
O consumo de tapioca tornou-se um bocadiho uma moda, e é comum ver o famoso/a X ou Y a comé-la ao pequeno almoço, no entanto se for diabético ou se pretende perder peso o consumo de tapioca diariamente não é uma boa opção, pelo contrário se o objetivo é o ganho de peso ou um aumento do consumo de Hidratos de Carbono, a tapioca pode ser a solução.
Não esquecer que a tapioca torna-se um alimento muito parecido com o pão branco por isso não se deve abusar. Se gosta muito deste alimento não tem de deixar de comer mas tente comer controladamente e prefira sempre recheios saudáveis, excluindo a nutella, as compotas...